16 de março de 2017

Pedagogia do Abraço

Reportagem original do Portal IG - http://delas.ig.com.br/filhos/2015-11-30/o-que-e-pedagogia-do-abraco-metodo-melhora-aluno-bagunceiro-que-batia-em-amigos.html

Vi primeira mente no face, pesquisei e achei muita teoria a respeito, mas a história que se concretizou na prática, dentro de uma escola, em um ambiente tão conhecido por nós.. foi a que me fez desejar compartilhar aqui. Achei perfeito e merece nossa maior atenção e estudo!

Segue o relato...

Carolina Barra, de 25 anos, é professora em uma escola no Rio de Janeiro e não sabia mais o que fazer com um aluno, de quatro anos, que, segundo ela, “era muito difícil de lidar”.
"Ele está o tempo inteiro batendo nos amigos, perturbando a aula, mexendo onde não deve, destruindo as coisas. E ele é realmente desrespeitoso com todos", desabafou ela, em seu perfil no Facebook.
O relato da experiência gerou curiosidade em muita gente e o iG Delas procurou a jovem professora para saber detalhes sobre o processo.
Menino difícil x carinho
Carolina conta que era difícil até mesmo fazê-lo ouvir alguma bronca ou qualquer coisa que ela tentasse falar: “Ele parecia não se importar”.
Para ajudá-la na missão de encontrar uma alternativa para disciplinar o aluno, Carolina recorreu à mãe, e escutou um conselho valioso: aquela criança precisava de carinho.
A professora decidiu dar esse carinho ao pequeno. Refletindo sobre o comportamento da criança, ela percebeu que ele gostava de fazer coisas que chocassem os outros e ela pensou: “Como deixá-lo surpreso também?”. E, unindo essas duas demandas, surgiu a ideia da pedagogia do abraço.
O que é a pedagogia do abraço?
Toda vez que o aluno não se comporta, Carolina dá um abraço. Como esperado, nas primeiras vezes, ele ficou sem reação: “Ele achou que ia levar uma bronca”.
“Desde que eu comecei isso, ele parou de fazer coisas mais graves”. Ele não se tornou uma criança calma, e nem era a intenção de Carolina. “Cada criança é de um jeito, elas têm características pessoais e eu não queria que ele virasse um robô; ele é uma criança agitada”, explica.
Foi fundamental perceber que as broncas eram uma perda de tempo, porque tentavam transformá-lo em uma pessoa que ele não era: “Ele precisava de alguém que o aceitasse”, conta. A intervenção funcionou com ele, mas Carolina alerta que pode não funcionar com todo mundo.
Reflexo na turma
Ao conhecer essa história, você sentiu medo de que virasse um exemplo para as outras crianças também bagunçarem em busca de um abraço? Carolina não teve, porque sempre deixou claro para todos os seus alunos que eles podiam abraçar a professora quando quisessem.
E, na prática, houve uma mudança em toda a turma: a sala que já era carinhosa, ficou mais aberta a demonstrações de carinho. “Acho que isso deve ter ajudado as crianças a lidarem umas com as outras. Elas, inclusive, ficaram mais abertas a vir até mim”, conta Carolina, satisfeita.
Acima de tudo, Carolina acredita que a principal mudança aconteceu nela mesma. "Se antes me estressava, saía do trabalho estressada e chateada comigo mesmo, hoje, não me estresso mais! Chego e saio do trabalho feliz, com o coração aberto".

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