23 de junho de 2016

Trabalho em Grupo TG Estudos Disciplinares VI

No nosso último trabalho em grupo do curso de Pedagogia, recebemos a proposta de redigir uma redação em forma de depoimento, mais especificamente uma trajetória... A ideia inicial seria colocar no papel algo fictício, em que todas as participantes escrevessem parte da redação, mas depois eu me coloquei a disposição para colocar no papel minha própria história... meu próprio caminho. Escrevi, todas leram e gostaram e assim postamos nosso trabalho. Uma semana depois recebi em minha caixa de mensagens uma nota 10.0 e um super elogio da coordenadora do curso... foi uma emoção e uma alegria e uma honra poder mostrar para todos o quanto esse caminho foi difícil mas ao mesmo tempo o quanto foi maravilhoso trilha-lo. E eis aqui meu trabalho... minha história... um pedacinho dessa minha estrada...

Polo: Arujá
Ano de postagem: 2016

Relato pessoal - minha trajetória até o curso de Pedagogia - modalidade de Ensino a distância da UNIP.

Quando menina eu sonhava em ser professora, queria estar em sala de aula, queria ser agente transformador na sociedade, queria fazer a diferença na vida das crianças. Eu sonhava em estar na frente de uma grande turma, me via trabalhando em grandes escolas, tendo contato com grandes educadores. E desde que me lembro como pessoa, meu sonho era esse, meu desejo, minha meta na vida.

O tempo nos ensina que nem todos os sonhos são fáceis de se realizarem, muitas pedras vão se colocando em nossa estrada, muitas dificuldades, muitas escolhas precisam ser feitas... ser adulto é ter que estabelecer prioridades, ter que traçar o próprio caminho, e nem sempre nossos sonhos cabem em nossa trajetória.

Com vinte anos eu dei o primeiro passo, no que para mim seria um caminho reto e simples, entrei no curso de Letras de uma grande universidade em São Paulo. Era a realização de um sonho, era mágico, era o primeiro passo em minha estrada no mundo da educação. Mas a vida tem suas surpresas e dois anos depois minha família passou por um período de grande dificuldade financeira e em nossa lista de prioridades não couberam as mensalidades do meu sonhado curso de Letras.

Na mesma época perdi meu estágio do curso de e tive que partir por outra direção, comecei a trabalhar em escritórios e por alguns anos me afastei definitivamente do meu sonho. Mas a chama se manteve acesa e os livros de literatura, a grande gramática, as apostilas e tantos outros tesouros, se mantiveram guardados, como se soubesse que a história não terminaria tão cedo.

Com 26 anos eu já tinha um bom emprego, salário que me dava o respaldo de poder garantir uma mensalidade, tinha independência e a certeza de que tudo daria certo. Novamente consegui entrar em uma universidade e novamente voltei para o mundo das Letras... Começando do zero, dando os primeiros passos, mas com a sensação maravilhosa de estar onde se deseja estar. Foram dois anos e meio naquele antigo prédio do Ipiranga, dois anos e meio de muito aprendizado, de contato com muitas pessoas maravilhosas, que me davam a certeza a cada dia de que meu caminho realmente estava traçado e definido. Foram anos incríveis onde tive a oportunidade de entrar verdadeiramente no mundo da educação. Realizei estágio em diversas áreas da educação, trabalhei com alfabetização de adultos, trabalhei em projetos sociais e finalmente trabalhei em uma escola de educação infantil, onde nasceu em mim a paixão maior da minha vida, a paixão pela infância e o desejo de me aprofundar nesse universo.

Em janeiro de 2006 eu me casei, transformei meu mundo, mudei de cidade e em setembro do mesmo ano, com a descoberta de que seria mãe, eu fiz minha primeira escolha difícil e sem arrependimentos abandonei o curso e por dois anos me dediquei exclusivamente e minha família e a minha filha. Trabalhei em casa, fazendo artes gráficas para algumas empresas e comércios locais e por um tempo me acomodei nessa situação. A chegada de minha segunda filha me trouxe novamente a pausa necessária ao meu coração de mãe e quando percebi cinco anos haviam passado.

Nessa época eu já morava em Arujá, já tinha minha própria casa, minhas filhas estavam maiores e naquele momento me pareceu ser possível retomar o antigo e amado caminho da educação. Meu coração, naquele instante, me direcionou ao curso de Pedagogia, entrei em um curso de licenciatura a distância e rapidamente me adaptei aos estudos em casa e a aquela nova maneira de seguir minha estrada. Mas novamente a vida me fez ter que tomar decisões difíceis e me vi diante de uma realidade dolorosa e que me levou a um afastamento de tudo em minha rotina, incluindo nessa lista, o meu curso de Pedagogia.

Minha mãe ficou doente, e eu, como única filha, assumi a responsabilidade por tudo no tratamento dela. Foram meses em hospitais, meses em tratamento, meses em uma UTI. Eu praticamente me mudei para São Paulo e praticamente vivia no hospital, minhas filhas e meu marido ficavam quase que o tempo todo na estrada, e por algum tempo a vida se resumia em lutar pela vida da minha mãe. Foram tempos difíceis e dolorosos e que chegaram ao fim com o falecimento de minha mãe e um longo período de luta interna, onde me deparei com um misto de revolta, saudade e depressão. Naquele instante o curso de Letras e de Pedagogia pareciam coisas de outra vida, e eu pensei seriamente em desistir daquele tão sonhado caminho.

O tempo passou, as feridas foram cicatrizando, a estrada parecia novamente mais florida a minha frente... tive meu terceiro filho e com o nascimento dele nasceram em mim a esperança e o desejo de novamente seguir meu coração. E foi nesse período de redescobertas e renascimentos que me vi diante do prédio da UNIP Interativa de Arujá, um prédio bonito, bem estruturado e que me levou a vários depoimentos positivos a respeito da seriedade do curso de Pedagogia na instituição.
Foram alguns dias entre o desejo de retomar meu caminho, o agendamento da prova e o ingresso no curso, e depois disso tudo caminhou rapidamente, as aulas no polo, as novas amizades, o tempo dedicado as leituras, ao aprendizado, tudo me alimentava o coração e me levava novamente a certeza de estar na direção certa.

Hoje estou trabalhando como estagiária na Prefeitura de Arujá em uma CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil), todos os dias, por 6 horas, eu me dedico a uma turma de dezesseis crianças entre um ano e meio a dois anos e meio de idade. A noite, todas as quinta feiras, eu vou até o polo aqui da cidade assistir aula, tirar dúvidas, realizar trabalhos... em casa eu mantenho meu estudo com as aulas gravadas, com as apostilas, livros e material de apoio. Estou novamente no meu caminho, estou novamente no meu lugar e não há nada que me dê mais alegria e satisfação do que estar em sala de aula, tanto aprendendo quanto ensinando.

Quando terminar meu curso de Pedagogia eu sonho ingressar novamente no curso de Letras e um dia quem sabe, um doutorado, especialização e... quem sabe até onde essa linda estrada poderá me levar...

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