Rubem Alves
O meu ponto de vista sobre a conferência "Um caso de amor com a vida"
Ao assistir a
conferência de Rubem Alves, Um caso de amor com a vida, pude sentir em meu
coração todas as suas palavras, e no meu entender essa é exatamente uma das
questões fundamentais que ele discute, pois está presente em todas as outras. A
necessidade de amor e respeito é a questão fundamental para a discussão de
todos os outros temas que ele coloca em pauta, temas como ecologia, leitura, escrita,
educação infantil, currículo escolar e a própria vida... para Rubem Alves a
chave para todas essas questões é o amor e o respeito aliados as ferramentas
necessárias e essenciais.
Sua crítica aos atuais conteúdos dos
currículos escolares mostra exatamente isso, a presente falta de respeito ao
universo do aluno, a maneira “distante” em que os conteúdos são expostos e
trabalhados, causando assim a falta de interesse das crianças. Para Rubem Alves
é necessário que os conteúdos sejam apresentados as crianças de uma maneira
mais próxima de seu “mundo”, que a criança perceba a utilidade daquilo que está
aprendendo. E mais uma vez baseando seu pensamento no sentimento ele afirma que
mais fácil seria se os alunos conseguissem gostar do que estão lendo,
ouvindo... afirma que somente com esse sentimento é possível a aquisição real
do que está sendo apresentado, não bastando apenas um trabalho voltado ao
“decorar” e sim voltado a levar a criança ao desejo de conhecer. Ou seja, levar
a criança a um caminho de autonomia.
Continuando sua crítica a atual
realidade da Educação ele entra no tema da leitura e nos mostra de forma
brilhante a importância da prática da leitura em sala de aula. Mostra que é pela
leitura que a criança ira despertar seu desejo de conhecimento e aprendizado.
Quando a criança passa a gostar, passa a sentir a leitura como uma coisa mágica
e interessante nasce nela o desejo de descobrir os “segredos” dos livros, ela
começa a partir daí sua própria busca pelo aprendizado da escrita e da leitura.
E o papel do professor nessa fase é exatamente o de fazer nascer na criança
esse desejo e esse amor.
Quando questionado sobre a presença da
alfabetização na Educação Infantil ele fala em “totalidade” e faz uma
comparação com o aprendizado da fala e o aprendizado da leitura e da escrita,
ou seja, que deve ser realizado em sua totalidade e de forma natural,
respeitando a individualidade de cada criança. Mostra que é pela boa leitura
novamente que as crianças irão despertar para o mundo das letras e dos
símbolos.
No decorrer de seu discurso ele nos
leva também a pensar em temas como a questão da ecologia, na necessidade de
despertar em nossas crianças um sentimento mais terno de amor e respeito pela
natureza. E mostra que isso pode ser feito através de coisas simples, presentes
dentro da própria realidade da criança, como sua própria casa por exemplo.
Ele finaliza de forma brilhante e
inspiradora com o que ao meu ver é a sua maior lição, a chave de todo o seu
discurso, finaliza afirmando que educar é antes de mais nada um ato de amor,
que é preciso respeito, que é de importância fundamental saber ouvir as
crianças, saber “ver” verdadeiramente o que elas desejam, o que elas sonham. Afirma
que as “ferramentas” são sim importantes, mas que precisamos também saber como
usá-las... e que para isso é preciso amor, dedicação e respeito sempre.
Pensando nas questões fundamentais
discutidas por Rubem Alves durante todo o percurso de seu discurso, a questão
do currículo escolar, a questão da ecologia, da prática da leitura e escrita,
no papel do professor, na educação infantil e na nossa própria visão como
educadores, acho de fundamental importância iniciarmos de imediato nossa auto
avaliação quanto aos caminhos que percorremos como educadores. Até que ponto
tenho levado meu aluno ao amor pelo conhecimento ? Até que ponto tenho
despertado em meu aluno o desejo de aprender ? Será que estou respeitando meu
aluno e permitindo que ele encontre seu próprio caminho ? O quanto de amor
tenho depositado em meu fazer pedagógico ? Será que possuo as ferramentas
necessárias ?
Nas palavras do próprio Rubem Alves " Algumas escolas são gaiolas e algumas são asas" eu tento basear meu pensamento, é por essa
frase que eu quero me direcionar em todo meu caminho como educadora. Será que
tenho sido asa ou será que tenho sido uma gaiola ?
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